quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

LOGÍSTICA: QUALIFICAÇÃO E SALÁRIOS

Setor precisa de pessoal e existe qualificação disponível, mas formação básica dos candidatos e os salários ofertados pelas empresas ainda deixam a desejar. O desenvolvimento recente da economia de Pernambuco traz a reboque a expansão de diversos campos de trabalho, mas um deles se destaca pela onipresença.  A logística - com forte atuação em transporte, armazenagem e distribuição - tem ampliado sua importância no Estado, fomentando a oferta de qualificação e aumentando a demanda por pessoas especializadas.

No entanto, o segmento enfrenta um impasse: com margem de lucro apertada, resiste em oferecer salários menores, enquanto concorrentes de outros Estados e países, especialmente de grande porte, atraem os melhores profissionais com remunerações mais interessantes. Praticamente todas as empresas têm ou precisam de alguma atividade logística. Onde houver movimentação e armazenagem de bens e informações as atividades logísticas estarão presentes.

O varejo e a indústria são setores que precisam de empresas da área logística com intensidade, seja para entregar a mercadoria de um fornecedor para o cliente final ou de uma fábrica para atacadistas; ou ainda para a chegada e gestão de matérias-primas para a transformação industrial. Embora seja ligada à administração de empresas, a logística envolve diversos conhecimentos aplicados nesse processo, como planejamento, estatística, engenharia e economia.

A logística é uma atividade antiga, mas o atual contexto econômico, especialmente no Nordeste, mudou as necessidades do segmento e faz com que as empresas busquem profissionais com habilidades diferentes das do passado. Essa área deixou de estar no segundo plano para ser prioridade e hoje envolve muitas outras áreas e habilidades. Não há números disponíveis sobre os profissionais no ramo atualmente. No entanto, dados do Senai Pernambuco indicam que a procura pelo curso técnico de logística cresceu 218% em três anos, saindo de 115 matrículas em 2011 para 366 no ano passado.

Além do Senai, instituições como Senac, Faculdade Joaquim Nabuco, Grau Técnico, Politec, Universidade de Pernambuco (UPE) e UFPE oferecem treinamentos na área, de cursos técnicos e de aperfeiçoamento a tecnólogos (nível superior) e MBAs, há menos de cinco anos não havia capacitações disponíveis em nível técnico na área.

As remunerações encontradas hoje em Pernambuco no setor logístico são as mais diversas. Vão do salário mínimo (R$ 724) a R$ 30 mil mensais. As variváveis que determinam o valor do profissional são basicamente sua formação, experiência e a empresa para a qual vai trabalhar.

Os salários mais baixos geralmente são oferecidos por empresas locais a pessoas inexperientes recém-saídas do curso técnico formação que pode custar até R$ 300 por mês e dos tecnólogos. Na outra ponta, estão multinacionais com executivos de supply chain (nome internacional do segmento), que têm pelo menos cinco anos de experiência, falam inglês fluentemente e geralmente também falam espanhol, têm alto nível de produtividade e resultados.

Entre eles, estão gerentes que podem ganhar até R$ 6 mil. Muitas vezes, o salário é uma barreira para encontrar bons candidatos. As empresas do Estado estão pagando R$ 1,2 mil a um analista, quando o valor de mercado é R$ 3,5 mil. 

No topo da pirâmide da gestão, a dificuldade é a mesma, enquanto companhias do Sudeste e de outros países pagam entre R$ 18 mil e 30 mil a um alto executivo, as empresas locais ofertam entre R$ 8 mil e R$ 12 mil. São profissionais completos que impactam diretamente na redução de custo e aumento da margem de lucro. A formação em cursos especializados e também a básica saber escrever e ler bem e fazer cálculos simples deixam a desejar.


Fonte: Jornal do Commercio

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