No entanto, o segmento enfrenta um impasse: com margem de lucro
apertada, resiste em oferecer salários menores, enquanto concorrentes de outros
Estados e países, especialmente de grande porte, atraem os melhores profissionais
com remunerações mais interessantes. Praticamente todas as empresas têm ou
precisam de alguma atividade logística. Onde houver movimentação e armazenagem
de bens e informações as atividades logísticas estarão presentes.
O varejo e a indústria são setores que precisam de empresas
da área logística com intensidade, seja para entregar a mercadoria de um
fornecedor para o cliente final ou de uma fábrica para atacadistas; ou ainda
para a chegada e gestão de matérias-primas para a transformação industrial. Embora
seja ligada à administração de empresas, a logística envolve diversos conhecimentos
aplicados nesse processo, como planejamento, estatística, engenharia e
economia.
A logística é uma atividade antiga, mas o atual contexto
econômico, especialmente no Nordeste, mudou as necessidades do segmento e faz
com que as empresas busquem profissionais com “habilidades diferentes das do passado”. Essa área deixou de estar no
segundo plano para ser prioridade e hoje envolve muitas outras áreas e
habilidades. Não há números disponíveis sobre os profissionais no ramo atualmente.
No entanto, dados do Senai Pernambuco indicam que a procura pelo curso técnico de
logística cresceu 218% em três anos, saindo de 115 matrículas em 2011 para 366
no ano passado.
Além do Senai, instituições como Senac, Faculdade Joaquim
Nabuco, Grau Técnico, Politec, Universidade de Pernambuco (UPE) e UFPE oferecem
treinamentos na área, de cursos técnicos e de aperfeiçoamento a tecnólogos (nível
superior) e MBAs, há menos de cinco anos não havia capacitações disponíveis em
nível técnico na área.
As remunerações encontradas hoje em Pernambuco no setor logístico
são as mais diversas. Vão do salário mínimo (R$ 724) a R$ 30 mil mensais. As
variváveis que determinam o valor do profissional são basicamente sua formação,
experiência e a empresa para a qual vai trabalhar.
Os salários mais baixos geralmente são oferecidos por
empresas locais a pessoas inexperientes recém-saídas do curso técnico – formação que pode custar até R$ 300
por mês – e dos tecnólogos. Na outra ponta, estão
multinacionais com executivos de supply chain (nome internacional do segmento),
que têm pelo menos cinco anos de experiência, falam inglês fluentemente e
geralmente também falam espanhol, têm alto nível de produtividade e resultados.
Entre eles, estão gerentes que podem ganhar até R$ 6 mil. Muitas
vezes, o salário é uma barreira para encontrar bons candidatos. As empresas do
Estado estão pagando R$ 1,2 mil a um analista, quando o valor de mercado é R$
3,5 mil.
No topo da pirâmide da gestão, a dificuldade é a mesma, enquanto
companhias do Sudeste e de outros países pagam entre R$ 18 mil e 30 mil a um
alto executivo, as empresas locais ofertam entre R$ 8 mil e R$ 12 mil. São
profissionais completos que impactam diretamente na redução de custo e aumento
da margem de lucro. A formação em cursos especializados e também a básica – saber escrever e ler bem e fazer cálculos
simples – deixam a desejar.
Fonte: Jornal do Commercio
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